segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Advogado de Delúbio confirma caixa 2, mas nega compra de votos

O advogado que defende o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares confirmou nesta segunda-feira, na defesa diante do Supremo Tribunal Federal (STF), que houve uso de verba não contabilizada após a campanha presidencial de 2002. Arnaldo Malheiros Filho, no entanto, negou o suposto esquema de compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional em troca de apoio ao governo Lula.

"O procurador pergunta: por que não se faziam transferências bancárias? Porque era ilícito. Deram despesa sem nota. Quem tem uma vivência de eleições no Brasil sabe que o que circula é a moeda sonante. Era ilícito mesmo, agora Delúbio é um homem que não se furta a responder por aquilo que fez. Ele não quer responder por aquilo que não fez. Ele fez caixa dois de campanha, isso ele não nega. Agora, ele não corrompeu ninguém", argumentou o advogado, que falou durante cerca de 35 minutos.

Ainda segundo Malheiros Filho, não há provas concretas na denúncia do mensalão, classificada por ele como "pífia", "esgarçada" e "rala".

"Não sendo provado que havia corrupção para atuação nas votações, veio então a alegação de que o dinheiro era dado para obter apoio político, mas numa vagueza. Era ato de oficio?", indagou.

Esta segunda-feira é o primeiro dia de defesa dos réus do processo do Mensalão. Na última sexta-feira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresentou a acusação e pediu a condenação de 36 dos 38 acusados de participarem do esquema de corrupção.

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