terça-feira, 21 de setembro de 2010

Consequências da vitimização de abuso sexual infantil

A revelação do abuso pela criança gera uma crise familiar, porém este não é o único dano gerado em consequência do abuso sexual infantil. Segundo a doutrina, há os danos primários e os danos secundários.

De acordo com Tilman Furniss, o dano primário decorre do próprio abuso, ao passo que o dano secundário decorre da intervenção profissional. Na definição de Veleda Dobke, o dano primário é “o dano causado pelas diferentes etapas de desenvolvimento do abuso, ou seja, pela fase da sedução, da interação sexual abusiva e do segredo”. A autora conceitua como dano secundário “aquele causado por fatores diversos e subsequentes ao abuso”, ou seja, não é somente o abuso que causa danos à vítima, visto que também podem ocorrer danos no pós-abuso, dependendo do tratamento profissional dado quando a notícia vem à tona.

O dano secundário e a vitimização das crianças que sofreram abuso sexual ocorrem em cinco diferentes níveis: da estigmatização social, da traumatização no processo interdisciplinar, da traumatização no processo família-profissional, da traumatização no processo familiar e da traumatização no processo individual. Assim, dada a sua importância, passa-se à análise de cada um desses níveis de danos secundários.

A estigmatização social ocorre pela reação de vizinhos, de outros familiares, da escola etc. A criança ou a família acaba se tornando socialmente estigmatizada por estas pessoas. Ademais, a criança pode sofrer o peso da separação familiar (ocorrida quando o abusador deixa o lar ou vai para a prisão) e as consequências dela geradas, como eventuais dificuldades financeiras, por exemplo. Já a traumatização no processo interdisciplinar é a perturbação causada na criança, em virtude dos conflitos que ocorrem nas instituições e na rede profissional que a atendem. Nesse sentido, a falta de adequação do sistema legal às necessidades protetivas da criança/adolescente pode produzir-lhe grave trauma secundário.

Em relação à traumatização no processo família-profissional, decorre da escolha profissional interventiva e da intervenção pela família ou membros dela. Assim, o profissional interventor pode escolher uma forma não adequada de intervenção ou a família (ou seus membros) impedir que alguma espécie de intervenção seja aplicada, criando um dano secundário à criança.

Quanto à traumatização no processo familiar, o descrédito ao relato da criança e a negação por parte do abusador ou outro membro da família, no caso de não restar comprovada a ocorrência do abuso, causam o dano. Além disso, pode ocorrer de os familiares castigarem ou acusarem a criança de ser a causa dos problemas da família por conta da revelação.

Finalmente, na traumatização no processo individual, a criança induz ao dano secundário por seu próprio comportamento, provocando rejeição, punição ou novo abuso. Isso porque a criança abusada pode apresentar comportamento sexualizado ou vitimizado, colocando-se em posição de maior vulnerabilidade e incapacidade de proteção das consequências.

Portanto, percebe-se que a vitimização da criança abusada sexualmente pode se dar em diversos níveis, o que leva a concluir que os danos secundários produzem efeitos ainda mais graves e negativos do que os danos produzidos concomitantemente à prática abusiva. Nesse prisma, é preciso que os profissionais que atuam na área estejam capacitados e instruídos para evitar ao máximo a ocorrência destes danos. Na mesma linha, o sistema judicial deve estar preparado para lidar com a vítima infante, de forma a primar pela sua proteção e minimização de danos.

Autor: Paulo César Ribeiro Martins
Doutor em Psicologia pela PUCCAMP
Prof. da UEMS/FIPAR – Paranaíba-MS

O Sistema Sindical Brasileiro

Que não se ofendam os presidentes e diretores dos sindicatos rurais, das federações e da CNA, hoje na vigência de seus cargos, pois meu tema não é a eles dirigido, mas ao sistema sindical, que, a meu ver, deve ser repensado. Sou fã da senadora Kátia Abreu e de suas ações na CNA, mas pretendo aqui discutir a estrutura, e não a capacidade das pessoas que lá estão, em um sistema criado décadas antes de suas posses, e que, portanto, nada tem a ver com esse modelo, com essa estrutura.

Em nosso país, a mesma legislação rege o sistema sindical patronal e o laboral, motivo pelo qual, penso, já começa errado. Penso que não poderia haver um só sindicato no município, uma só federação no estado e uma só confederação no país. Tanto no sistema patronal como no laboral, os interesses são muito diferentes, em decorrência de clima, região, industrialização local ou não, e assim por diante.

Os pleitos do trabalhador de Colônia Leopoldina, no interior de Alagoas, de Corumbá, no pantanal sul-mato-grossense, de Rio Branco, no Acre, de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, ou do estivador do porto de Santos, no interior paulista, sempre serão muito diferentes, no dissídio ou na convenção coletiva. Seus interesses, suas necessidades, e os de suas famílias, sempre serão muito distintos.

Os interesses do produtor de milho, em qualquer região do país, nunca serão os mesmos do produtor de frango ou de suínos. O criador de gado sempre discordará, em preços, do invernista, o que engorda o gado. O produtor de leite sempre terá seus interesses contrariados pela indústria do laticínio e pelo produtor de queijo. O produtor de etanol sempre baterá de frente com o proprietário do veículo movido por esse combustível. O sindicato rural patronal é o mesmo para a agricultura familiar - envolvida com a produção, em pequena escala, principalmente de leite, de frango ou de hortaliças e para a agroindústria, a agricultura industrial, com seus plantios de larga escala, voltada principalmente para a produção de carnes, de combustíveis renováveis ou de oleaginosas para exportação.

Isso, para mim, é tão nítido, tão claro, que sempre imaginei que o sistema sindical brasileiro, como hoje existe, está fadado ao fracasso no que se refere ao que, penso, seria seu objetivo principal, cuidar do interesse de seus filiados. Tanto que diversas outras entidades foram criadas para cuidar do que deveria ser cuidado pelo sistema, como a própria ABCZ - Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, o MNP - Movimento Nacional de Produtores, a OCB - Organização das Cooperativas do Brasil, a SRB - Sociedade Rural Brasileira, a UDR - União Democrática Ruralista, e tantas outras que não poderia aqui citar uma a uma. Todas criadas em virtude da incapacidade do sistema atual agir em determinado setor, de interesse da classe.

Constatada essa deficiência, algumas cabeças pensantes iniciaram um movimento para dividir esse sistema por classes de interesses, e aí surgiram alguns sindicatos especializados, como o SINDICORTE - Sindicato da Pecuária de Corte, no Mato Grosso do Sul, outros que não me recordo ou que não cheguei a conhecer, e diversas associações também mais específicas, como a Associação dos Criadores de Novilho Precoce, a ABRACO - Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos, ABQM - Associação dos Criadores de Cavalos Quarto de Milha, APROSOJA - Associação dos Produtores de Soja, e centenas de outras mais.

Apercebendo-se disso, a antes chamada Confederação Nacional da Agricultura-CNA, mais que depressa alterou seus estatutos e passou a ser chamada Confederação Agricultura e Pecuária do Brasil, o mesmo fazendo todas as federações de agricultura nos estados. A finalidade foi conter o avanço de novos sindicatos, como o SINDICORTE, que dividiria o poder dos pelegos, na época instalados nessas instituições. A legislação não permite que haja dois sindicatos cuidando do mesmo interesse. E o sistema se tornou, então, uma monarquia, que só atende aos interesses dos reis, que só cobram os impostos, enchem de luxo os seus palácios, e nada fazem pelos súditos. Tanto assim que antigos presidentes da CNA e da FAESP - Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, por exemplo, lá permaneceram por décadas.

Diretores da CNA residem em diversos estados do país e para lá se dirigem semanalmente, para trabalhar nas funções para as quais foram eleitos. Isso tem um custo elevadíssimo e o produtor é quem paga, além de não ter seus pleitos atendidos.

Esse sistema necessita ser alterado urgentemente, ou nunca teremos verdadeiras representações, como os fortes sistemas sindicais da Argentina, da Europa e dos Estados Unidos, para os quais, coitado do governo que contrariar seus interesses.

Autor:João Bosco Leal
www.joaoboscoleal.com.br

A acomodação de uma população

"Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar..." - Martin Niemöller, 1933

Lendo o texto acima, escrito 77 anos atrás, penso sobre o que vem ocorrendo no país chamado Brasil, que tanto amo.

O governo que aí está tem levado nosso país e sua população menos esclarecida a um caminho sem volta, ou de retorno muito difícil e sofrido, o comunismo ditatorial, que provocou tanto sofrimento na população da antiga União Soviética, onde, antes de ser extinto, provocou muito derramamento de sangue e a divisão total do país, em diversos outros menores.

A população vem sendo enganada, comprada com um sem número de "vales" e "bolsas", que tornará toda uma geração totalmente dependente do estado, ganhando tudo e não aprendendo, assim, a produzir nada. Esse foi o principal motivo da falência total desse sistema em todos os outros países que o adotaram. O estado provedor desestimula a competição, a criatividade, igualando todos na pobreza, explorada pela elite política dominante.

São muitos os casos de fracassos nesse sistema e, atualmente, os países que, dominados por "companheiros", tentam implantá-lo, sentem, com muita rapidez, sua ineficiência, como é o caso de nossos vizinhos Bolívia e Venezuela, onde os presidentes, ditadores populistas, retomam todos os meios de produção e comercialização para o domínio do estado, censuram a imprensa desapropriando os que não o seguem, além de prender opositores.

As consequências logo aparecem e tudo começa a faltar no país, como água, luz, mantimentos e muitos outros itens, como vem ocorrendo com os exemplos citados. E o atual governo brasileiro, ideologicamente cego, não aceitando admitir as dezenas de exemplos de fracasso desse sistema, passa a ajudar esses países financeiramente.

Aceita perder todos os investimentos da Petrobrás na Bolívia; triplica o valor pago ao Paraguai em razão do consumo pelo Brasil da energia de Itaipú, construída exclusivamente por nosso país; manda construir uma rede de transmissão de energia ligando Itaipu a Assunção; investe na construção de aeroportos e hotéis em Cuba; contra a opinião da maioria dos outros países, dá guarida política a um "companheiro" golpista que pretendia alterar a Constituição de Honduras para perpetuar-se no poder; também contra a maioria dos países e inclusive contra a ONU, dá apoio à política nuclear do Irã.

Dessa maneira, a política externa do atual governo é a do completo afastamento em relação aos países capitalistas, seja da América, da Europa, África ou Oriente, e aproximação das ditaduras comunistas ou socialistas, como Cuba, Venezuela, Bolívia, Honduras, Irã e diversos países africanos, onde imperam a ditadura e a corrupção.

Enquanto o Brasil pode ajudar financeiramente os "companheiros", nossa população continua recebendo os seus "vales e bolsas", mas está impedida de ter acesso decente à educação, saúde e saneamento básico, razão pela qual continua analfabeta, doente e dependente, para proporcionar aos "companheiros" a continuação dos mensalões, das indenizações absurdas aos exilados e "torturados", além da ajuda na salvação econômica de outros países que implantaram essa mesma política socialista.

E acabaremos sendo envolvidos por esse sistema, pois cada vez mais seremos menos para resistir.

Autor: João Bosco Leal
http://www.joaoboscoleal.com.br

Reflexões e mudanças de uma vida

Quando se pensa com tempo, pensa-se com maior profundidade, com maior detalhamento. Por ter tido essa oportunidade de pensar por dois anos ininterruptos, pensei bastante sobre a vida e uma infinidade de outros temas.

Os pensamentos viajaram sobre relacionamentos, filhos, netos, amizades, companheirismo, cumplicidade, trabalho, ganhos, buscas, e tantos outros temas que já não consigo recordar.

Sobre relacionamentos, penso que tudo ocorreu como deveria ocorrer, desde o início ao final dos mesmos. Quanto a este assunto sinto-me muito bem. Nada ocorreu de modo ou em época diferente do que deveria ter sido, ou provavelmente não teria maturidade para tal.

Dos filhos, penso que alcancei bastante sucesso em relação à educação e formação do caráter dos mesmos. Hoje tenho um casal de filhos que só me dão orgulho em caráter, honestidade e trabalho, além do sucesso que os dois estão conseguindo em suas carreiras. Percebo, com meu amadurecimento, que poderia ter dado a eles muito mais de mim. Mais amor, mais carinho, declarações de afeição e bate papos, tempo. Mas percebo também que, ainda jovem, minha busca incessante era por trabalho e lucro para, com isso, poder lhes dar sempre o melhor que pudesse. São fases da vida e não sei se esses meus erros poderiam ser corrigidos naquela idade, pois percebo agora neles mesmos, e em outros jovens, igual comportamento em relação aos seus filhos.

Quanto aos quatro netos que já possuo, certamente não cometerei esses erros, pois para com eles não tenho a preocupação de dar mais nada, além de muito amor, carinho, bate papo, ensinamentos, passeios e coisas desse tipo. Todas as outras preocupações agora são dos pais deles e não do avô.

Das amizades, aprendi muito nesses dois anos, principalmente que nos enganamos muito durante a vida, pensando serem amigos os que não o são, e tendo a oportunidade de conhecer outros, verdadeiramente amigos.

Companheirismo e cumplicidade descobri principalmente em meus filhos, já adultos, que realmente o são, meus grandes companheiros e cúmplices, que muito deram de si para que eu pudesse ultrapassar esses dois anos, além de serem verdadeiros amigos. Já bastante maduro, tenho a certeza que essas são as duas principais qualidades que se pode ter de uma companheira, e isso também tenho a meu lado, sem a menor dúvida.

Sobre o trabalho, penso que já posso diminuir um pouco o ritmo pra poder ter mais tempo para os netos. E, quanto aos ganhos financeiros que poderia ter com mais trabalho, já não me são tão importantes.

As buscas, penso que aumentaram, por conhecimento, leitura, cultura, diversão, fé e observação. A internet se tornou para mim uma fonte inesgotável de conhecimento e pesquisas. Livros nos ensinam, com experiências vividas por outros, muito do que não precisamos errar para aprender. E nos detalham, com perfeição, um mundo pelo qual jamais poderíamos passar, o passado.

Novas tecnologias e meios de comunicação abrem ainda mais essas possibilidades de conhecimento sem necessidade de sofrimentos, erros, e me fascinam. Mas nada poderá superar a observação da natureza, e certamente essa é minha maior busca atual, a observação, principalmente da natureza, para conhecimento e aprendizado.

É a natureza que atualmente tem me ensinado tudo, desde quando e como acordar, me exercitar, descansar, dormir e todo o resto. Na observação da natureza aprendemos até mesmo quando não se expor ao sol. Aprendemos que um simples grão de areia pode incomodar quando na planta de um pé descalço, mas também é capaz de dar início a uma construção que nos abrigará do sol, da noite, do frio e das tempestades.

Com a natureza aprendi que realmente só possuo o que não perderei com minha morte, ou nada, nem o pensamento.

Auror:João Bosco Leal

Uma visão do futuro - I

No mês de agosto, estive na Universidade de Ohio (Ohio University), em Athens, realizando a extensão internacional do MBA em gestão empresarial.

Ao ter acesso à Universidade é impressionante deparar com a infraestrutura física, esportiva, de pesquisa, bem como a receptividade com que nós brasileiros fomos tratados, ficando demonstrado, mais uma vez, à atenção que os americanos dão para a organização, pontualidade, formalidade e respeito a todos àqueles que estão em seu Pais, em busca do conhecimento. O cronograma do curso foi cumprido rigorosamente no dia e horários pré-determinados.

O tema central do curso foi o debate sobre as perspectivas e tendências do futuro para o Brasil e para o mundo, e como devemos preparar-nos para conviver com todas as transformações que estão ocorrendo, tanto moral, como social.

Em razão da quantidade de assuntos relevantes e previsões para o futuro dos estudiosos lá presentes, entendi que seria interessante divulgar o que foi tratado, o que farei em alguns artigos seqüenciais, sendo este, o primeiro deles, que trata das mudanças que estão por vir diante da quantidade de informações que os homens estão tendo acesso.

Segundo Lynn Gellermann*, as Universidades mudarão o foco de investimento, pois até o momento sempre investiram de forma não econômica, sem verificar a viabilidade comercial da pesquisa. E a partir desses novos tempos, os investimentos em pesquisa deverão ser mais criativos, levando em conta a produtividade da invenção, no sentido de tornar (viabilizar) o invento em produto comercializável. Os investimentos com maior probabilidade de retorno serão aqueles em energia limpa, em gestão de ativos digitais e no ensino a distância. No mercado de capitais haverá grande crescimento dos chamados investidores "anjos".

Bill Sams**, no painel “Liderando a Mudança” disse que há dois tipos de pessoas: aquelas que causam as mudanças e aquelas que sofrem as mudanças, sendo que devemos estar muito atentos a evolução tecnológica, pois a quantidade de informações à disposição do homem estará cada vez maior e a velocidade em(tirar o em) que as decisões serão tomadas e implementadas fará toda a diferença entre o lucro e a perda.

No século 19 a economia dos Estados Unidos era essencialmente agrícola e 85% (oitenta e cinco porcento) dos americanos trabalhavam nesse setor. Hoje, apenas 3% (três porcento) dos americanos trabalham na agricultura, e os Estados Unidos continuam exportando produtos agrícolas. A indústria americana produz muito mais com apenas os 3% de indivíduos trabalhando nessa área; não por terceirizar os empregos, mais sim, em razão da utilização de tecnologia que leva a melhoria da produtividade.



Já na atualidade, século 21, a grande mudança está no setor de serviço, sendo que, atualmente esse setor absorve 85% (oitenta e cinco por cento) dos americanos, e é na prestação de serviços que está o futuro, como também na maior utilização das redes sociais, realidade aumentada entre outros.

Muito em breve, vamos presenciar a nova realidade virtual, onde cada ser humano terá em suas mãos, a potência de computação que excede toda a capacidade dos 6 bilhões de humanos que vivem na terra, e quando isso ocorrer, situação que não demorará muito, não se tem idéia qual será o limite da capacidade homem/máquina.

Em 1960, na maioria das grandes empresas havia um centro de processamento de dados; em 2010 temos os departamentos de Tecnologia da Informação (TI): em 2060 não existirá nada disso, terá apenas tecnologia de conhecimento e decisões. Isso já existe em Wall Street, pois as ações das companhias são vendidas e compradas em milésimos de segundos – sendo assim, o tempo que uma pessoa levar para se implementar uma decisão será a chave do sucesso.

A palavra realidade não é usada de forma correta, quando se fala em realidade física só pode ser vivida com os 5 sentidos, mas no mundo virtual (sintético) temos 3 sentidos: visão, contato tátil e auditivo; chegará o momento que haverá o conjunto dos 8 sentidos, e quando esse dia chegar, nós devemos estar preparados, e a partir de agora, abrir a mente para a mudança, para que possa melhorar o poder e a potência do mundo virtual.

Até 2060 haverá uma grande transformação da convivência do homem / máquina, sendo que vamos testemunhar o nascimento de uma nova espécie; e em pouco tempo as máquinas evoluirão além dos humanos. Em 2060 com apenas U$ 1000 (mil) dólares qualquer pessoa poderá ter acesso e comprar o poder de análise de todos os seres humanos, serão os trans-humanos. O pensamento não será em termos lineares, pois o crescimento da quantidade de informação é em termos algarítimo, sendo assim, devemos pensar o que fazer com toda a informação e privacidade que teremos acesso, será que estamos preparados para essa nova era? É muito importante pensar sobre isso e devemos preparar-nos para isso.

As crianças terão mais habilidade no futuro na tomada de decisões, pois hoje são treinadas a tomar decisões rapidamente, através dos jogos interativos. Exemplificando, quando uma criança joga um game virtual onde é um piloto de avião, treina automaticamente as intercorrências que poderão surgir no exercício dessa atividade. Assim, se quando adulta, exercer a profissão de piloto de avião, poderá ter maior habilidade e tomar as decisões muito mais rápidas que outras que não praticaram jogos virtuais co-relacionados. Essa realidade não está tão longe, uma vez que, os investimentos em aplicativos móveis tem crescido exponencialmente, com investimentos de dez bilhões de dólares e projeção de crescimento para 30 bilhões de dólares.

Diante das informações e dados acima, ficam duas perguntas para refletir: Nós vamos mudar ou ser mudados? Transformar ou ser transformados?

*Lynn Gellerm é um dos sócios fundadores da Adena Venturesm, atua nos conselhos de administração de várias empresas Adena portfólio, incluindo Ed Mapa, Emergent Game Technologies, Serra e Novo Plano Game Technologies. Atua como consultor para a Universidade de Ohio.

**Bill Sams - atualmente atua como executivo para a Universidade de Ohio programa Sem Fronteiras.

Autora – Jane Resina F. de Oliveira é advogada. Sócia fundadora do escritório Resina & Marcon Advogados Associados. Mestre UnB – Universidade de Brasília, MBA em Gestão Empresarial/FGV-RJ/ MBAInternacional em Gestão Empresarial Ohio University. Pós Graduação em Direito Empresarial UCDB/MS. Palestrante, com livros e artigos publicados nas áreas de Direito Societário e Eletrônico. www.resinamarcon.com.br. Blog – http://www.janeresina.adv.br; Twitter - http://twitter.com/JaneResina; e-mail jane@resinamarcon.com.br

O que se pode fazer pelo Brasil


"Não espere o que o país pode fazer por você. Veja o que você pode fazer pelo país". - John Fitzgerald Kennedy

Relendo o que disse Kennedy, como todo bom brasileiro, transporto essa ideia para o Brasil, e fico assustado ao ver no que estão transformando a população brasileira.

Desde que os ex-exilados políticos assumiram o poder no país, e com muito maior intensidade no atual governo, a população brasileira está se transformando numa sociedade totalmente dependente do estado.

São, hoje, totalmente dependentes de todo tipo de "bolsas" e "vales". Uma população que não saberá mais sobreviver sem esse tipo de doação do estado. Até os prisioneiros, bandidos condenados, recebem um "auxílio reclusão", que é maior que o salário mínimo.

É toda uma geração perdida no país. E também a próxima, pois o filho que nasce em um lar onde os pais nada fazem e ganham tudo, aprende que não é necessário trabalhar, pois o governo é o provedor.

Até os chamados "sem terra", que ganham lotes na área rural, continuam dependentes mesmo após assentados. Até hoje, desde quando iniciado esse processo de reforma agrária, nos tempos de Getúlio Vargas, somente 5%, isso mesmo, cinco por cento dos assentados conseguiram ser emancipados. Os restantes, 95%, alegam que não conseguem pagar sequer a terra, o que a torna "dada". O que dizer então das moradias para eles construídas nos lotes, ou os financiamentos para plantio, mesmo com juros de 1,2% ao ano, inimagináveis para qualquer outro cidadão brasileiro?

E continuam invadindo mais terras, pleiteando mais lotes, pois entendem que, como desempregados urbanos, podem se declarar "sem terra" e ganhar um lote, uma casa, financiamento para o plantio, e as já famosas bolsas e vales, até que consigam se tornar autossuficientes, o que, pelos números acima, publicados pela imprensa, jamais ocorrerá.

Aqueles que se dizem defensores dos direitos humanos incentivam a massa, aumentando as exigências, como a da implantação de água encanada e esgoto nos lotes dos assentados, que possuem distâncias enormes entre um e outro, quando se sabe que no país menos de 30% da população urbana possui essa estrutura.

E toda essa massa humana, tanto urbana quanto rural, claro, não pretende perder esses benefícios, motivo pelo qual continuará votando nesse tipo de governo ou em qualquer "poste" que os atuais governantes indicarem. E, assim, torna-se cada vez mais dependente e permite a perpetuação no poder desse tipo de gente, que rouba e saqueia o país nos mensalões e em todo tipo de roubo que se torna público ou nem sequer chega ao nosso conhecimento.

Essa dependência e o medo de perder essas benesses, penso eu, são os motivos pelos quais, mesmo se tornando públicos os desmandos que hoje ocorrem no país, a popularidade do "chefe" não cai.

Com pesar me pergunto sobre o futuro de um país como esse, onde nasci, criei meus filhos e agora netos. Que tipo de compatriotas teremos que, ao invés de perguntar, como disse Kennedy, o que eles podem fazer pelo país, certamente perguntarão, cada vez mais, o que o país pode fazer por eles. E, claro, pleitearão cada vez mais do estado e trabalharão cada vez menos.

Certamente bom futuro não teremos, como já vimos ocorrer em todos os outros países administrados pelos "companheiros" que implantaram esse tipo de política, como Cuba, Nicarágua, El Salvador, Venezuela e Bolívia.

Autor:João Bosco Leal
www.joaoboscoleal.com.br

Uma visão do futuro II - Empreendedorismo no Brasil

Dando continuidade, sobre um dos debates ocorridos em Ohio University, no painel “Liderando a Mudança”, muitas dúvidas surgiram sobre o crescimento do Brasil, ante a ausência da infraestrutura correspondente, educação dos brasileiros e investimentos externos.

Segundo, Bill Sams*, há uma grande certeza no mundo dos negócios: os capitalistas sempre encontram onde investir, dessa forma, se o Brasil tiver condições de investimentos, não faltarão recursos e investidores para contribuir com o crescimento, porém, há alguns entraves que deverão ser resolvidos imediatamente, pois este ano de 2010, a China deve ultrapassar o Japão em crescimento e o Brasil desponta como uma potência dominante na America do Sul, porém, apesar das grandes oportunidades, é necessário o investimento urgente em educação, sob pena de perder o “bonde” do crescimento, uma vez que as mudanças estão em ritmo tão acelerado que se os governantes não entenderem isso, não haverá chances para o nosso país.

Quando olhamos garotos jogarem futebol, observamos que para aonde a bola vai, todos correm atrás dela. O grande jogador, faz o contrário, ele se posiciona aonde a bola estará, ele prevê a sua trajetória, e essa é a chave para o sucesso, saber aonde a “bola” vai estar, e se posicionar corretamente para recebê-la, ou seja, enxergar as oportunidades com antecedência e estar preparado para ela.

Sabemos que, cada vez, ficará mais difícil saber aonde a bola vai estar, pois diante da velocidade do desenvolvimento em todos os ramos, fica incerto prever e acertar as melhores oportunidades.

Para fazer uma pequena reflexão: se considerarmos as grandes empresas no Brasil, em algum momento, elas poderão ficar tão grandes e tão lentas que ficarão pra trás. Hoje, as empresas necessitam de serviço rápido (agilidade) e criatividade, e está cada vez mais difícil manter tais características em grandes corporações. Nesse momento, é que surgem os empreendedores que acham que podem ser mais rápidos, mas sempre é bom lembrar que: crescer não é suficiente, é necessário criar novas oportunidades e investir em tecnologia, devendo levar em conta, no entanto, que as tecnologias podem fazer tanto o bem, como o mal, e cabe a nós influenciar o resultado.

Aquele que toma a decisão simplesmente porque o grupo toma a decisão é como a criança correndo atrás da bola, e o que precisamos encontrar na verdade, é aquele que se coloca aonde a bola vai estar, esse é o verdadeiro líder e empreendedor. E o líder é aquele que consegue ser seguido por pessoas que aceitam sua liderança, na busca de um objetivo comum, lembrando que os grandes sucessos são compartilhados. A liderança é componente imprescindível quando falamos das tecnologias do futuro, os lideres são os fatores, são aqueles que farão a diferença para alcançar o sucesso, tanto na própria jornada, como transformando a vida das pessoas que o seguem. O líder tem que saber as tendências do mercado e se colocar no lugar certo.

Muitas coisas mudaram no decorrer dos anos, e hoje os nossos valores são outros, e se transformam a cada dia. Atualmente, damos muita importância para a produção de valores intangíveis, exemplificando, vejam os esportistas, eles não produzem alimentos, não produzem tecnologia, não produzem pesquisas; mas ganham e produzem milhões de dólares, isso porque pagamos àqueles que criam experiências para nós, ou seja, as coisas que queremos estão se tornando menos tangível, o que não deixa de ser igualmente real. Nesse caso, os esportistas se tornam uma marca, e geram bilhões de dólares para as indústrias que utilizam a sua imagem para vender uma determinada marca, um determinado produto. Vivemos no mundo da valoração do intangível, onde a marca de um produto vale muito mais que o próprio produto, não importando de certa forma, se é ou não um bom produto, mas sim, que marca é aquele produto, e as vezes, um produto que não possui uma marca famosa tem maior qualidade, mas não é valorizado, ou seja, o valor agregado não se mede em termos físicos.

Outra mudança que estamos presenciando, é a importância do relacionamento, do capital social construído pelo homem, pois o conhecimento em si, nós temos acesso através da tecnologia, o valor social está no conhecimento interpessoal, ou seja, quem são os seus contatos, com quem você se relaciona, com quem você trabalha, quem são seus amigos, quais os produtos que você usa e indica, o que você lê e outros.

Muito se fala em tecnologia, trabalho, evolução, mas não sabemos o que fazer com o coração, com o emocional; e nesse momento, verificamos que existem maiores possibilidades em países como o Brasil, que ainda tem o vínculo emocional e cultural muito forte. Será que é a partir desses valores que vamos definir os reais valores do ser humano, vamos melhorar a raça humana ou vamos nos transformar numa espécie inferior totalmente controlada pela tecnologia? Como vamos proteger o valor do coração sem perdê lo?

Uma coisa é certa, devemos sempre seguir a nossa paixão, pois ao longo da vida conhecemos muitas pessoas bem sucedidas, e verificamos que as pessoas que são realmente felizes, são aquelas que encontraram a sua paixão e não se detiveram muito ou apenas na tecnologia.

Uma das chaves para o sucesso está em reconhecer e escutar o nosso coração, independentemente da profissão, cada um tem que entender a sua paixão, mito, crença, entre outros valores, uma vez que tal atitude ajuda muito na articulação do futuro, ou seja, vamos empreender, usar a tecnologia, mas sem esquecer a nossa história e os exemplos que queremos deixar aos nossos filhos.

*Bill Sams - atualmente atua como executivo para a Universidade de Ohio programa Sem Fronteiras.

Autora – Jane Resina F. de Oliveira é advogada. Sócia fundadora do escritório Resina & Marcon Advogados Associados. Mestre UnB – Universidade de Brasília, MBA em Gestão Empresarial/FGV-RJ/ MBAInternacional em Gestão Empresarial Ohio University. Pós Graduação em Direito Empresarial UCDB/MS. Palestrante, com livros e artigos publicados nas áreas de Direito Societário e Eletrônico. www.resinamarcon.com.br. Blog – http://www.janeresina.adv.br; Twitter - http://twitter.com/JaneResina; e-mail jane@resinamarcon.com.br

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Feliz Aniversário Renato Rech

Ao Diretor do Jornal Bandeirantes News

Meu querido marido,companheiro e amigo

Renato Rech !!!

Desejo dizer que:

O dia de hoje deve ser marcado pela intenção de
novos planos, pela busca de caminhos melhores.

Afinal a vida se torna mais bonita quando
entendemos que a felicidade está em pequenas
coisas que se tornam grandes quando são bem
utilizadas.

Amado,
parabenizo-te por esse dia, pois sei que para você
ele não é somente mais uma data,e sim uma bela
oportunidade de se deixar amar por aqueles que
te querem bem.

Que Deus lhe abençoe e proteja, dando lhe paz,
Amor saúde e felicidade.
Que os anos que se somam à sua vida não sejam
um peso, mas sim que façam parte de uma infinita
conta de novas experiências que te fazem crescer
e aprendera viver cada vez melhor.

Parabéns e muitas felicidades!!!!!!

Beijos da
Sua esposa que muito te ama ,

Maria Amélia

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Democracia em Risco

*Fernando Henrique Cardoso

Vivemos uma fase de democracia virtual. Não no sentido da utilização dos meios eletrônicos e da web como sucedâneos dos processos diretos, mas no sentido que atribui à palavra “virtual” o dicionário do Aurélio: algo que existe como faculdade, porém sem exercício ou efeito atual.

Faz tempo que eu insisto: o edifício da democracia, e mesmo o de muitas instituições econômicas e sociais, está feito no Brasil. A arquitetura é bela, mas, quando alguém bate à porta, a monumentalidade das formas institucionais desfaz-se em um eco que indica estar a casa vazia por dentro.

Ainda agora a devassa da privacidade fiscal de tucanos e de outras pessoas mais mostra a vacuidade das leis diante da prática cotidiana. Com a maior desfaçatez do mundo, altos funcionários, tentando elidir a questão política – como se estivessem tratando com um povo de parvos –, proclamam que “não foi nada não; apenas um balcão de venda de dados…”.

E fica o dito pelo não dito, com a mídia denunciando, os interessados protestando e buscando socorro no Judiciário, até que o tempo passe e nada aconteça.

Não tem sido assim com tudo o mais? O que aconteceu com o “dossiê” contra mim e minha mulher feito na Casa Civil da Presidência, misturando dados para fazer crer que também nós nos fartávamos em usar recursos públicos para fins privados?

E os gastos da atual Presidência não se transformaram em “secretos” em nome da segurança nacional? E o que aconteceu de prático? Nada. Estamos todos felizes no embalo de uma sensação de bonança que deriva de uma boa conjuntura econômica e da solidez das reformas do governo anterior.

No momento do exercício máximo da soberania popular, o desrespeito ocorre sob a batuta presidencial.

Nas democracias, é lógico e saudável que os presidentes e altos dirigentes eleitos tomem partido e se manifestem em eleições.

Mas é escandalosa a reiteração diária de posturas político-partidárias, dando ao povo a impressão de que o chefe da nação é chefe de uma facção em guerra para arrasar as outras correntes políticas.

Há um abismo entre o legítimo apoio aos partidários e o abuso da utilização do prestígio do presidente, que além de pessoal é também institucional, na pugna política diária.

Chama a atenção que nenhum procurador da República, nem mesmo candidatos ou partidos, haja pedido o cancelamento das candidaturas beneficiadas, senão para obtê-lo, ao menos para refrear o abuso. Por que não se faz? Porque pouco a pouco estamos nos acostumando que é assim mesmo.

Na marcha em que vamos, na hipótese de vitória governista – que ainda dá para evitar – incorremos no risco futuro de vivermos uma simulação política ao estilo do PRI mexicano – se o PT conseguir a proeza de ser “hegemônico” – ou do peronismo, se mais do que a força de um partido preponderar a figura do líder.

Dadas as características da cultura política brasileira, de leniência com a transgressão e criatividade para simular, o jogo pluripartidário pode ser mantido na aparência, enquanto na essência se venha a ter um partido para valer e outro(s) para sempre se opor, como durante o autoritarismo militar.

Pior ainda, com a massificação da propaganda oficial e o caudilhismo renascente, poderá até haver anuência do povo e a cumplicidade das elites para com essa forma de democracia quase plebiscitária.

Aceitação pelas massas na medida em que se beneficiem das políticas econômico-sociais, e das elites porque estas sabem que neste tipo de regime o que vale mesmo é uma boa ligação com quem manda.

O “dirigismo à brasileira”, mesmo na economia, não é tão mau assim para os amigos do rei ou da rainha.

É isso que está em jogo nas eleições de outubro: que forma de democracia teremos, oca por dentro ou plena de conteúdo. Tudo mais pesará menos.

Pode ter havido erros de marketing nas campanhas oposicionistas, assim como é certo que a oposição se opôs menos do que deveria à usurpação de seus próprios feitos pelos atuais ocupantes do poder.

Esperneou menos diante dos pequenos assassinatos às instituições que vêm sendo perpetrados há muito tempo, como no caso das quebras reiteradas de sigilos.

Ainda assim, é preciso tentar impedir que os recursos financeiros, políticos e simbólicos reunidos no Grupão do Poder em formação tenham força para destruir não apenas candidaturas, mas um estilo de atuação política que repudia o personalismo como fundamento da legitimidade do poder e tem a convicção de que a democracia é o governo das leis e não das pessoas.

Estamos no século 21, mas há valores e práticas propostos no século 18 que foram se transformando em prática política e que devem ser resguardados, embora se mostrem insuficientes para motivar as pessoas. É preciso aumentar a inclusão e ampliar a participação.

É positivo se valer de meios eletrônicos para tomar decisões e validar caminhos. É inaceitável, porém, a absorção de tudo isso pela “vontade geral” encapsulada na figura do líder. Isso é qualquer coisa, menos democracia.

Se o fosse, não haveria por que criticar Mussolini em seus tempos de glória, ou o Getúlio do Estado Novo (que, diga-se, não exerceu propriamente o personalismo como fator de dominação) e assim por diante.

É disso que se trata no Brasil de hoje: estamos decidindo se queremos correr o risco de um retrocesso democrático em nome do personalismo paternal (e, amanhã, quem sabe, maternal).

Por mais restrições que alguém possa ter ao encaminhamento das campanhas ou mesmo a características pessoais de um ou outro candidato, uma coisa é certa: o governismo tal como está posto representa um passo atrás no caminho da institucionalização democrática.

Há tempo ainda para derrotá-lo. Eleição se ganha no dia.

*Fernando Henrique Cardoso é sociólogo e ex-presidente da República

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Quero escolher hoje o Brasil do Futuro

Como pensar no país ou até mesmo no planeta do futuro? Em publicação da EcoDesenvolvimento.org o cientista britânico John Beddington prospectou o que pode se esperar do planeta em 2030. Descreve o que chama de “tempestade perfeita”. Um ecossistema degradado, com proporções de água insuficientes diante do crescimento populacional, crises energéticas severas, escassez de alimento. Associado a isso, é claro, setores de saúde, segurança, educação, transporte piores do que já estão.

Queremos um colapso à vida? Basta continuarmos neste ritmo, elegendo promessas e quase nunca o comprometimento.Perguntaram-me porque não fui associado num primeiro momento à campanha que hoje alcança todo Paraná: “Quero escolher hoje o Brasil de 2030”. É simples. Ninguém mais suporta política. Buscamos então levar o cidadão à reflexão sobre como podemos mudar muitas coisas.

Reflexão é o primeiro passo, o segundo é avaliar qual modelo de cidade, estado e país idealizamos e o terceiro é exercer política decidindo por cidadãos com conhecimento sobre os temas e demandas, que sejam qualificados para a função legislativa e executiva. Precisamos eleger alguém e se a escolha não for consciente, também calamos nosso direto de cobrar.

Precisamos começar amadurecendo politicamente. Os níveis culturais, é claro, ainda são obstáculos para mudanças radicais, mas o formador de opinião precisa entrar em cena, com responsabilidade. Não podemos mais eleger o “engraçadinho”, o “amigo do amigo”, aquele do “cartãozinho de aniversário”, o “gente boa que dá gasolina”, o da “cesta-básica” ou todos aqueles das ações demagógicas e eleitoreiras. A liberdade de escolha é nossa e se erramos no passado, podemos optar por novos perfis na próxima eleição. O que não podemos é persistir errando. Para cada vez que reelegermos os inaptos, precisaremos esperar mais quatro anos pelas transformações.
Como funciona a engrenagem na sociedade?

Tudo começa pela EDUCAÇÃO. Analfabeto, semi-analfabeto, analfabeto funcional, alfabetizado, especializado. Faça uma análise rápida sobre esses perfis e já terá a conclusão do porque vivemos tantos problemas sociais. Analise as dificuldades e facilidades que cada um terá ao longo da vida.

A SAÚDE está diretamente ligada à educação. As políticas públicas de saúde são insuficientes? Claro que são. Mas quanto maior o nível educacional, maiores os cuidados a pessoa terá com a saúde: desde a higiene básica, até as ações preventivas. Quanto maior a prevenção individual, menores serão as filas em postos, menores serão os gastos públicos com ações paliativas e maiores poderão ser as preventivas.

O TRABALHO x educação. É claro que educação não resolve tudo, mas amplia a capacidade de empreender, criar, buscar alternativas, planejamento, realização e ampliação de renda. Alguém precisa atuar nos trabalhos pesados, outros nos operacionais, alguns nos setores de serviços, outros criação, dentre tantas áreas. Independente da função, quanto mais qualificado, maior a capacidade de organização, de exigir condições e planos de cargos e salários. Com capacitação as qualidades individuais ficam evidentes e as oportunidades aparecem.

A relação SEGURANÇA x educação. Crianças e jovens que passaram pela educação qualificada estão livres do envolvimento com o crime? Claro que não. Existem várias relações determinantes. Os hábitos familiares, a exposição às tentações externas, a alienação ou excesso de liberdade. Ainda assim, é claro, a educação traz sempre boas referências e estas são opções de escolha. Sem essas possibilidades, ficam crianças e jovens que nunca viram outro caminho, à margem da exclusão, desemprego, fome, violência doméstica, do furto, depois o roubo, seguido do cigarro, álcool, maconha, cocaína, crack e o pouco que restará de sua vida.

Nossa reflexão passa por muitos setores. A verdade é que são todos interligados. Saúde, Segurança, Educação são um tripé social que irradiam para todas as demais áreas à exemplo da qualidade dos serviços públicos, do crescimento do comércio, da logística de produtos, da competitividade, da oferta de qualidade, menores preços, menos impostos e tantos outros benefícios.

A grande verdade é que precisamos fazer escolhas certas. Não podemos apenas sonhar com o futuro, precisamos planejá-lo. Vamos refletir, analisar, e “Escolher hoje o Brasil de 2030”.

*O autor é Nelson Padovani, empreendedor paranaense que gera mais de mil empregos no setor agrícola, hoteleiro e habitacional.

Fantástico mostra imagens exclusivas do escândalo em Dourados, no MS

Vinte oito pessoas foram presas e indiciadas. Entre elas, o vice prefeito, quatro secretários municipais e nove dos doze vereadores. O prefeito Ari Artuzi também está na cadeia.
Numa cela pequena, deitado num colchonete no chão, Ari Artuzi lê um livro sobre budismo. Imagens exclusivas mostram o prefeito de Dourados, a segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, preso numa delegacia de Campo Grande, a capital do estado.

Acusado de comandar uma rede de corrupção Ari Artuzi está na cadeia desde quarta-feira (01). Segundo a investigação, ele desviava dinheiro público e fraudava concorrências públicas. Os empresários contratados irregularmente eram obrigados a pagar propina.

De acordo com a Polícia Federal, as comissões ilegais, de pelo menos 10% do valor das obras, eram distribuídas entre os acusados.

Em uma gravação, o prefeito está em casa e recebe R$ 10 mil. Ari Artuzi dá risada. Debocha das promessas feitas para a população e que lhe renderam, segundo as investigações, uma fortuna ilícita.

“O asfalto é para todo povo que mora aqui, inclusive para mim, que passo aqui”, diz ele.

Veja em vídeo uma cadeia feminina de Dourados. No local, as mulheres não ficam em celas. Uma secretária de administração de Dourados, acusada de participar do esquema de corrupção e a mulher do prefeito também estão nesta cadeia.

As investigações mostram que a primeira-dama, Maria Artuzi, também pegava dinheiro desviado dos cofres públicos.

Em um vídeo, ela recebe R$ 10 mil e acha pouco. “Rapaz, isso aqui não vai dar nem para o primeiro escalão”, diz a primeira-dama.

Ao todo, vinte oito pessoas foram presas e indiciadas. Entre elas, o vice prefeito, quatro secretários municipais e nove dos doze vereadores de Dourados. O Fantástico teve acesso a mais de seis horas de gravações que comprometem os políticos.Carlinhos - o vice-prefeito - recebe R$ 3 mil. Ano passado, o vice-prefeito já tinha sido preso, acusado de corrupção. Ele respondeu em liberdade.

Conversas dele na época foram gravadas: “Não podia arrumar pelo menos R$ 2 mil pra mim? Eu não tenho nada aqui, Carlinhos”, dizia.

Em outra gravação, o mesmo empresário pede o número da conta bancária do vice-prefeito.Segundo a polícia, para depositar o dinheiro da propina. Quem aparece nas imagens fazendo as negociações e os pagamentos é o secretário de governo de Dourados.

Em maio, logo depois que assumiu o cargo, ele procurou a Polícia Federal para denunciar o esquema: se tornou uma espécie de agente policial infiltrado na prefeitura.“Essa operação só foi possível graças a coragem do secretário. Por que ele poderia muito bem ter acobertado isso ou levado embora com ele”, disse o delegado da Policia Federal Bráulio César Galloni.

O secretário - que é formado em jornalismo - recebeu autorização da Justiça para fazer as filmagens e usou equipamentos da Polícia Federal.

“Fui orientado a gravar todos os pagamentos. A efetuar esses pagamentos para construir prova. O prefeito uma vez pegou e me entregou R$ 15 mil e esse dinheiro foi entregue a Polícia Federal. Foi o único dinheiro que ele me entregou”, disse o secretário Eleandro Passaia.

Segundo o secretário, a maior parte do dinheiro ilegal ficava para o prefeito Ari Artuzi.

“Ele desviava, pelo menos, meio milhão de reais por mês. A folha de pagamento dos vereadores era de R$ 170 mil”, afirma o secretário Eleandro Passaia.

Ele acusa os vereadores de receber propina para aprovar os projetos de interesse do prefeito. Em imagens inéditas, dois vereadores desconfiados, pedem que o dinheiro seja entregue no banheiro.

Segundo o secretário de governo, um deles é o vereador Zezinho da Farmácia. Em outra gravação, Zezinho é menos cauteloso, e comemora o pagamento. Era mais do que ele imaginava.

Entre os vereadores flagrados, está Sidlei Alves, presidente da Câmara de Dourados.

Mais uma cena. Segundo as investigações, o presidente da Câmara aceita propina até quando o pagamento é em cheque pré-datado. E ele quer saber quando vai embolsar o resto.

A Polícia Federal apurou que o dinheiro era desviado de todos os setores da prefeitura, como transportes, obras, educação e saúde. Parte da verba que deveria ser aplicada em um hospital, por exemplo, era desviada e a compra dos remédios, superfaturada. E é justamente a área da saúde um dos principais problemas de Dourados.

“A gente não consegue médico, não consegue vaga no hospital”, diz a dona de casa Aparecida Alves Cruz.

“Se você vê a situação lá dentro, está horrível. Só você vendo”, conta a dona de casa Viviane Felix Menti.
“O prefeito municipal desviou R$ 10 mil da secretária de Saúde e, com esse dinheiro, usou R$ 9 mil pra pagar uma cirurgia estética da primeira-dama”, conta Eleandro Passaia.

O advogado do prefeito e da primeira-dama comentou a imagem em que Ari Artuzi pega R$10 mil.

“Isso não significa que esse dinheiro é do município. Ele diz que não participou de qualquer ato de corrupção, não lesou o município, não praticou qualquer ato que tenha causado prejuízo a administração publica”, conta o advogado Carlos Marques.

Um outro advogado defende quatro políticos de Dourados. Entre eles, o presidente da Câmara, Sidlei Alves, e o vereador Zezinho da Farmácia. Ele põe em dúvida as gravações.

“Vou submeter esses vídeos, essa produção a perícia para saber se realmente esses vídeos são autênticos. Quando, como e em que circunstancias foram produzidos”, afirma o advogado João Arnar Ribeiro.Dos vinte e oito presos esta semana, 14 já foram soltos pela Justiça. Como o prefeito, o vice e o presidente da Câmara ainda estão na cadeia, um juiz foi nomeado prefeito interino de Dourados. O secretário de governo aceitou o convite para continuar no cargo.

“Aqueles que se colocaram na posição dos que foram presos ou que compactuam com tudo isso com certeza vão encontrar em mim um traidor. Paciência. Se as pessoas de bem entenderem o que eu fiz e que eu fiz por causa da honra, isso pra mim é o suficiente”, finalizou o secretário de governo de Dourados, Eleandro Passaia.

domingo, 5 de setembro de 2010

A acessibilidade, a população, a cultura e a educação

Por recentemente haver me tornado o que se chama de um deficiente físico, tenho sentido o que sentem os outros que o são há mais tempo ou os que já nasceram com qualquer tipo de deficiência física.

Precisei, antes de mais nada, pensar sobre o assunto, o que, confesso, nunca havia feito, para entender que existem centenas e talvez milhares de espécies de deficiências, sejam elas físicas ou mentais e, além disso, entender também quem é “normal” e quem não o é, no que hoje chamamos de “sociedade civilizada”.

E, na realidade, cada vez mais me dou conta de que os “normais” são os que antes eu qualificava como “deficientes” e os verdadeiros deficientes são, na realidade, os que antes eu entendia como sendo “normais”.

Após dois anos impossibilitado de exercer qualquer atividade física ou mesmo de me locomover e agora retornando aos poucos às rotinas comuns do dia a dia que sempre tive, percebo que raramente encontro vaga destinada aos “deficientes” desocupada nos estacionamentos dos supermercados. Noto, sempre, que ela não está ocupada por um “deficiente” como antes eu entendia, mas por um “deficiente” como agora entendo.

Ontem, no supermercado, após fazer as compras que desejava, posicionei-me na fila do caixa destinado aos “idosos, gestantes e deficientes físicos” e lá fiquei, conversando com quem estava à minha frente. Quando eu já seria o próximo e atrás de mim na fila já havia mais umas quatro pessoas, chegou uma senhora de aproximadamente quarenta e poucos anos que, dizendo-se com pressa e com somente dois itens de compras para pagar, pedia para passar na minha frente.

Constrangido, informei-lhe que aquela era uma fila específica, mas que passar ou não à frente de todos os que nela estavam, dependeria da consciência dela. Disse então que estava com muita pressa, motivo pelo qual estava passando, e passou na frente de todos. Mal sabe ela, pensei, que o motivo de eu estar naquela fila ocorreu em um segundo, assim como acontecem a maioria dos fatos e acidentes.

No mesmo dia fui até a agência municipal de trânsito, Agetran, munido dos documentos exigidos, para pleitear uma placa a ser colocada em meu veículo, para que pudesse estacionar, no centro da cidade, nas vagas que estão sendo criadas para os deficientes. Fiquei já muito surpreso ao notar que a referida agência foi transferida do centro da cidade para uma das saídas da mesma, já bem distante do centro, às margens de uma avenida que liga a cidade à uma rodovia.

Num local de muito trânsito, com veículos, ônibus e caminhões passando, não existe, na sede da Agência Municipal de Trânsito (Agetran) de uma capital, uma vaga destinada aos “deficientes físicos”, que lhes facilite o acesso ao local. E, na única rampa de acesso para cadeirantes à calçada do prédio, bem defronte à entrada principal, havia um carro estacionado, impedindo totalmente o acesso por ali, inclusive para os “normais”.

A atendente local deu-me um impresso para ser preenchido com os dados pessoais e a declaração do assunto e disse-me que, após preenchido, deveria voltar até ela para pegar a senha de atendimento. Não poderia entregar-me a senha naquele momento, pois ela só a entregava por ordem de chegada das pessoas e, como eu era deficiente, poderia demorar para preencher e atrapalharia a chamada de outras senhas que viriam após. Fiquei indignado e exigi a senha de imediato, pois, pela ordem de chegada, eu ali estava.

Após ser atendido e mesmo estando com todos os documentos exigidos, entre eles a declaração de deficiência física assinada pelo ortopedista responsável por várias cirurgias a que fui submetido, fiquei sabendo que a resposta para meu pleito ainda demoraria trinta dias.

Como estou residindo em uma capital, cujo prefeito é um médico, me pergunto constantemente se os “normais” seriam realmente os que assim se entendem ou os chamados “deficientes físicos”.

A sensibilidade e a educação certamente estão sendo mais úteis do que a cultura.

Autor:João Bosco Leal
www.joaoboscoleal.com.br

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A manhã chegará

Os mais experientes sempre me ensinaram que "por mais que a noite seja longa, a manhã chegará" e também o inverso,isto é, que "por maior que seja o dia, a noite chegará". Para a maioria das pessoas, isso é claro, uma certeza, desde que não se morra antes.

No decorrer da vida, percebemos que isso não é assim tão fácil e começamos a entender o verdadeiro sentido dessas palavras. Elas se encaixam em diversas situações de nossas vidas. Nas alegrias, nas tristezas, nas amizades, nos amores e nas paixões.

Muitas coisas nos passam despercebidas durante a vida, como o desabrochar de uma flor. Estamos sempre com muita pressa e não percebemos as pequenas coisas que estão ocorrendo à nossa volta. Por que perder tempo com esse tipo de coisa se preciso trabalhar mais para, ganhando mais, realizar aquele meu sonho, de casa, carro, viagem, objetos ou qualquer outro tipo de desejo material?

Aprenderemos, muitas vezes com a própria dor, que nessa pressa podemos nos machucar ou machucar alguém, física ou emocionalmente. A pressa acaba em um segundo, durante o qual o fato ocorreu e, daí por diante, de nada mais adianta desejarmos se não podemos. Acaba, em segundos, a amizade, o amor, o movimento ou a própria vida.

Semana passada pude passear por um jardim, sem pressa alguma e completamente só. O local estava totalmente vazio e eu dispunha de uma máquina fotográfica. Pude então admirar a grama e as árvores completamente secas em decorrência da falta de chuva comum nesse período e mais intensa neste ano. Notei que em uma ou outra dessas árvores havia apenas uma ou poucas flores.

Eram flores admiráveis, solitárias, na imensidão daquele enorme jardim totalmente seco, que se estendia por diversas quadras. Me aproximei e fotografei algumas, pensando sobre a maravilha da vida que permite, mesmo durante uma seca tão intensa, que algumas flores se sobressaiam e encantem a todos. É o mesmo que ocorre com alguns seres humanos, que se destacam diante de nós, e outros, do mundo.

Nunca havia imaginado que pudesse estar ali, em um local como aquele, e sem pressa alguma, sem pensar em nada. Só observando a natureza. Alguns pássaros se moviam, pouco, pela sombra, evitando o sol forte. Pelo chão, alguns buscavam alimento, mas na sombra, evitando o sol. Era a natureza nos ensinando.

Atitudes como essa só me são possíveis após ter ficado praticamente isolado, durante dois anos, sem trabalhar, sair, passear, ou viver normalmente, como qualquer pessoa, fato provocado por algo que não durou mais do que segundos para ocorrer e que me deixou assim, sem pressa nenhuma de mais nada, até por não adiantar tê-la mais, pois nada podia fazer contra minha impossibilidade temporária de locomoção.

Agora, voltando à vida praticamente normal, não tinha mais porque ter pressa, se ela poderia acabar novamente, em segundos. Noto, então, claramente, quanto tempo perdi de minha vida sem expressar, declarar abertamente, meus amores, sentimentos e amizades. Como teria sido importante ter feito isso muito mais vezes e com muito mais intensidade para algumas pessoas, como antigos amigos, amigas, namoradas, filhos e filha.

Só agora, já bem mais velho, percebo o quanto falhei nesse sentido e estou tentando remodelar totalmente meu modo de me expressar e de viver, tanto que, agora, estava aqui, nesse imenso jardim, admirando e fotografando, sem pressa alguma, as solitárias flores das árvores secas.

Nesse mesmo local, um cemitério, estava o túmulo de meu filho caçula, que eu então visitava, e que se foi antes que eu tivesse aprendido essa importância. Gostaria, realmente, de poder ter vivido ao lado dele agora, quando certamente expressaria muito mais o que sentia por ele, e o como me via nele.

Mas certamente já estou no final dessa noite, com uma nova manhã próxima, e então, até a noite final, jamais deixarei de admirar os pequenos detalhes da vida ou de me expressar mais, agora também para os netos, por estar com pressa ou com algo mais para fazer. Nada importará tanto.

João Bosco Leal
www.joaoboscoleal.com.br